Comunidade Ativa #3


Se é verdade que podemos dizer que algumas doenças que acometem o homem são, ainda hoje, inevitáveis - como é o caso dos diversos tipos de câncer - acredita-se que o mesmo não se aplica às Doenças Sexualmente Transmissíveis. Embora algumas delas sejam reconhecidas desde os primórdios da civilização humana, os métodos diagnósticos hoje disponíveis, aliados a inúmeros métodos preventivos, nos autorizam a concluir que as DSTs são perfeitamente evitáveis.
Excluindo-se aquelas situações que envolvem queda na imunidade de uma pessoa e que, conseqüentemente, a predispõem a contrair um agente infeccioso, o conhecimento preciso dos mecanismos de transmissão associado a uma eficiente política de Saúde Pública são ingredientes indispensáveis para se evitar a contaminação da população brasileira pelos agentes causadores das DSTs. Nesse caso, sobressaem-se principalmente os aspectos preventivos. E nada melhor que uma boa campanha de esclarecimento público e bons manuais de divulgação para que as pessoas evitem os transtornos de doenças que, se não evitadas, provocam uma reação em cadeia, afetando inclusive pessoas não diretamente envolvidas, como é o caso de crianças que adquirem agentes infecciosos por via materna.
O grande número de adolescentes grávidas dos últimos anos tem sido um fator importante para que se observe com mais cuidado as atividades sexuais entre adolescentes. É indiscutível o fato de que em nossa cultura as primeiras relações sexuais estão ocorrendo cada vez mais cedo na vida dos adolescentes. O desejo de ser considerado adulto, de ser sentido pelo grupo como importante e atraente, de ser abraçado e de abraçar, de "desafiar" a própria família e de provar a sua própria capacidade sexual, são fatores importantes para a experimentação sexual cada vez mais cedo. É dificil separar os fatores que são próprios de uma sexualidade em desenvolvimento daqueles que são meramente reações à sociedade e seus padrões culturais.
Pensando nisso, o Projeto Beija-flor promoverá uma palestra sobre DSTs para alunos de 5ª a 8ª séries de uma escola pública da comunidade de Santa Maria da Codipi, visando a conscientização dos mesmos sobre o assunto. Debatendo tabus e discutindo soluções para esse assunto tão polêmico. Os palestrantes serão os próprios integrantes do Projeto, que são alunos de 3º ano. Estes últimos estarão acompanhados por universitários ou profissionais da área da saúde para que haja um esclarecimento maior acerca do assunto e para que todas as dúvidas do público possam ser sanadas.

Fonte: Sexualidade e DSTs de Armênio Uzunian e Ernesto Birner